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21 de out. de 2009

Fraqueza nos cromossomos Y é relacionada a anomalias sexuais

Este é o primeiro de muitos posts que farei aqui, espero que gostem (por mais que pareça estranho uma garota falar sobre assuntos destes gêneros, HAHAHA)! ;)
Sem mais delongas, vamos ao que interessa:

Há alguns anos, os palíndromos – frases iguais quando lidas ao contrário – mostraram ser uma característica protetora essencial do Y de Adão, o cromossomo que determina o sexo masculino que todos os homens vivos herdaram de um único individuo que viveu há cerca de 60 mil anos. Todo homem carrega um cromossomo Y de seu pai e um X de sua mãe. As mulheres têm dois cromossomos X, um do pai e um da mãe.

A nova reviravolta na história é a descoberta de que o sistema de palíndromo tem uma fraqueza simples, que explica um amplo espectro de condições sexuais, como a feminização e a síndrome de Turner, quando mulheres carregam apenas um cromossomo X.

Os palíndromos foram descobertos em 2003, quando a sequência de cromossomo Y de bases, representadas pelas letras G, C, T e A, foi inicialmente trabalhada por David Page.
Eles (os palíndromos) foram uma surpresa total, mas explicaram imediatamente um quebra-cabeça evolucionário bastante sério: como os genes do cromossomo Y são protegidos de mutações prejudiciais.
Ao contrário de outros cromossomos, que podem consertar uns aos outros porque vêm em pares, um de cada pai, o Y não tem sistema de backup evidente. A natureza evitou que ele se recombinasse com seu parceiro, o X, exceto nas pontinhas – caso contrário, o gene que determina o sexo masculino penetraria no X e causaria um caos genético.
A descoberta dos palíndromos explicou como os cromossomos X conseguiram, com o tempo e a evolução, descartar genes ruins: ele se recombina com ele mesmo. Seus genes essenciais são embutidos com uma série de oito palíndromos gigantes, alguns com até 3 milhões de unidades de DNA em comprimento. Cada palíndromo prontamente se dobra como uma fivela de cabelo, aproximando seus dois braços. O equipamento de controle de DNA da célula detecta qualquer diferença entre os dois braços e pode converter uma mutação para sua sequência correta, poupando os genes Y de danos mutacionais.

Depois que Page descobriu os palíndromos, ele se perguntou se o sistema tinha fraquezas que pudessem explicar as anomalias do cromossomo do sexo masculino que são objeto de seus estudos. Na edição atual da “Cell”, com Julian Lange e outros, ele descreve o que chama de “tendão de Aquiles” do cromossomo Y e a ampla variedade de distúrbios sexuais que ele pode causar.

O perigo do sistema de proteção do palíndromo ocorre quando uma célula duplicou todos os seus cromossomos antes da divisão celular, e cada par é mantido junto em um local chamado centrômero. Logo, o centrômero vai se separar, com cada metade e seus cromossomos puxados para os lados opostos da célula em divisão.

Entretanto, antes da divisão, um grave erro pode ocorrer. Os palíndromos de um cromossomo Y podem ocasionalmente se esticar e formar uma atração fatal com o palíndromo similar de seu vizinho. Os dois Y’s se fundem, e tudo, da junção até o fim do cromossomo, é perdido.

Os Y’s duplicados gerados assim vêm em uma variedade de comprimentos, dependendo de quais dos palíndromos fazem a ligação indesejada. Como outros cromossomos, o Y tem um braço direito e um esquerdo, com o centrômero no meio. O gene de determinação do sexo masculino fica próximo ao final do braço esquerdo. Se o palíndromo do final do braço direito faz a junção, o resultado é um Y duplicado e muito longo, no qual os dois centrômeros estão amplamente separados. Porém, se os palíndromos que se juntam estão justo à direita do centrômero, um Y duplicado e curto é formado, com os dois centrômeros juntinhos.

Page detectou entre seus pacientes Y’s duplicados curtos e longos, além de médios. Ele e seus colegas perceberam, então, uma diferença surpreendente na aparência sexual do paciente que dependia da distância entre os centrômeros dos Y’s duplicados.

Os pacientes nos quais a distância entre os dois centrômeros do Y é curta são homens. No entanto, quanto maior a distância entre os centrômeros, maior a tendência de que os pacientes sejam anatomicamente feminilizados. Alguns poucos pacientes eram tão feminilizados que tinham os sintomas da síndrome de Turner.
A explicação para esse espectro de resultados, na opinião de Page, reside em como os Y’s duplicados são tratados na divisão celular e nas consequências para a determinação do sexo do feto.

Quando os centrômeros estão juntos, eles são vistos como um só e arrastados para um lado da célula em divisão. Desde que o gene de determinação do sexo masculino do Y esteja ativo nas células do tecido sexual fetal, ou gônadas, as gônadas vão se transformar em testículos, cujos hormônios vão masculinizar o resto do corpo.
Todavia, quando os centrômeros estão longe um do outro, o resultado é o caos cromossômico. Durante a divisão celular, ambos os centrômeros são reconhecidos pelo equipamento de divisão celular. No “cabo de guerra”, o cromossomo Y duplicado pode às vezes sobreviver; às vezes, pode ser quebrado e perdido.
Esses indivíduos podem trazer uma mistura de células, algumas das quais carregam um Y duplicado e outras não trazem nenhum cromossomo Y. Nas gônadas fetais, essa mistura de células produz as pessoas de sexo intermediário. Em muitos desses casos, os pacientes são criados como meninas, mas têm tecido testicular de um lado do corpo e tecido ovariano do outro.
Na versão extrema desse processo, a distribuição das células pode ser de tal forma que nenhuma das células sexuais do feto possui um cromossomo Y, apesar de que outras células no corpo possam tê-lo. Page e seus colegas descobriram que cinco dos pacientes feminilizados tinham sintomas típicos da síndrome de Turner. Os pacientes chamaram a atenção de Page porque suas células sanguineas continham cromossomos Y. Obviamente, a linhagem das células sanguíneas tinha retido o cromossomo Y, mas as células sexuais do feto não.
Em 75% das mulheres com síndrome de Turner, o X único vem da mãe. “Já que elas são mulheres, todo mundo acha que é o cromossomo X do pai que está faltando”, diz Page. “Mas poderia ser facilmente o Y do pai.”
Page diz que “é um experimento fantástico da natureza” que o grau de feminização esteja associado à distância entre os dois centrômeros do cromossomo Y duplicado. Apesar de ter estudado o cromossomo Y por quase 30 anos, ele aprendeu que sempre há surpresas.

“Continuo a ver o Y como um parque nacional infinitamente rico, aonde vamos para ver coisas incomuns, e nunca nos decepcionamos”, diz ele.

Fonte: G1

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