CAPÍTULO III
O Mundo improvável do inexplicado
Mapas geográficos de 11.000 anos de idade? Aeroportos Pré históricos?
Pistas de aterrissagem para os "deuses"? A cidade mais antiga do mundo
Quando é que a rocha se desintegra? Quando a maré chegou
A mitologia dos sumérios. Ossos que não procedem de macacos
Será que todos os desenhistas da Antigüidade tinham o mesmo tique?
Recebiam nossos antepassados visitas do espaço cósmico?
Baseiam-se em premissas falsas certas partes da Arqueologia?
Temos um passado fantástico?
NOSSO PASSADO histórico foi recomposto por meio de conhecimentos indiretamente obtidos.
Escavações, velhos alfarrábios, desenhos em cavernas, lendas e outros elementos desse gênero
foram usados para se construir uma hipótese aceitável. Todo esse material serviu para se produzir
mosaico impressionante e atraente que, entretanto, Seguiu as linhas de um quadro mental
preconcebido, de acordo com o qual foram assentadas as diferentes partes, não raro com remendos
de argamassa por demais visíveis. Determinado acontecimento deveria ter ocorrido desta ou
daquela forma. De certa forma, precisamente, e não de outra. Era só querer - e havia ocorrido
assim, e não de maneira diversa. Temos o direito e, não menos, o dever de manter sob perpétua
dúvida as estruturas tradicionais de pensamento, bem como qualquer hipótese engenhosa, por mais
que, apenas como tal, pareça explicar um mistério ainda não desvendado. Se as idéias em curso não
puderem ser discutidas, a pesquisa terá chegado ao fim. Nosso passado histórico só é verdadeiro de
maneira relativa. Se novos aspectos dele são trazidos à luz, então uma nova hipótese explicativa
deve substituir a antiga, por mais que nos tenhamos apega do a esta última. Parece ter chegado o
momento de apresentar uma hipótese nova e colocá-la bem no centro de nossas pesquisas sobre o
passado.
Conhecimentos recém adquiridos sobre o sistema solar e o Universo, o macrocosmo e o
microcosmo; espantosos avanços na Tecnologia e na Medicina, na Biologia e na Geologia; e, na
atualidade, os primeiros ensaios para a conquista do espaço são alguns dos muitos fatores que
alteraram a face do mundo em menos de cinqüenta anos. Atualmente, sabemos que é possível fabricar trajes espaciais capazes de suportar extremas
variações de temperatura. Sabemos que a viagem espacial não é mais uma utopia. Estamos
familiarizados com o milagre da televisão em cores, e capacitados a medir a velocidade da luz e a
calcular os efeitos da relatividade.
Nossa antiga visão do mundo, que estava congelada numa imobilidade total, começa agora a
descongelar se. Novas hipóteses explicativas exigem critérios igualmente novos. Por exemplo: no
futuro, a Arqueologia não poderá limitar se apenas a escavações. O colecionamento de achados já
não será suficiente, ainda que seguido de exata classificação. Outros ramos da ciência terão de ser
consultados, e postos em ação, se se quiser recompor uma descrição do passado que mereça
confiança.
Penetremos, pois, no mundo novo do improvável, com a mente aberta e cheios de curiosidade!
Tentemos tomar posse da herança que os "deuses" nos legaram.
No início do século XVIII, foram encontrados no Palácio Topkapi certos mapas muito antigos que
haviam pertencido a um oficial da Marinha turca, o Almirante Piri Reis. Dois atlas atualmente
conservados na Biblioteca do Estado, em Berlim, Os quais contêm reproduções exatas do Mar
Mediterrâneo e das regiões que circundam o Mar Morto, eram também propriedade de Piri Reis.
Os mapas em questão foram entregues, para exame, ao cartógrafo americano Arlington H. Mallery.
Verificou ele o fato notável de que todos os acidentes geográficos estavam presentes, mas nao
tinham sido desenhados nas formas e lugares certos respectivos. Pediu, então, a colaboração de
outro cartógrafo - Mr. Walters - do Bureau Hidrográfico da Marinha Americana. Mallery e
Walters, valendo se de apropriado gradiente, transferiram os dados para um globo moderno.
Fizeram, então, sensacional descoberta. Os mapas eram rigorosamente exatos e não apenas com
relação ao Mediterrâneo ou ao Mar Morto. As costas das duas Américas, assim como os contornos
da Antártida estavam delineados com precisão nos mapas de Piri Reis, que reproduziam não
somente as linhas costeiras dos continentes, mas também toda a topografia do seu interior! Cadeias
de montanhas, pontos culminantes, ilhas, rios e planaltos estavam desenhados com admirável
exatidão.
Em 1957 - Ano Geofísico Internacional - os mapas foram encaminhados a um sacerdote jesuíta, o
Padre Lineham, que é Diretor do Observatório Weston e cartógrafo a serviço da Marinha
Americana. Após escrupulosos exames, também o Padre Lineham teve de confirmar a perfeição
dos mapas, ainda mesmo quanto a regiões que Só agora começam a ser exploradas. De fato, cadeias
de montanhas que realmente existem na Antártida, e figuram nos mapas de Piri Reis, só foram
descobertas em 1952. Essas montanhas têm permanecido cobertas de gelo há muitos séculos e os
mapas atuais da região em que elas se estendem só puderam ser realizados com o auxílio de
aparelhos registradores de ecos (Sonar).
Mais recentes pesquisas do Professor Charles H. Hapgood e do matemático Richard W. Strachan
fornecem nos informações ainda mais estonteantes. Um cotejo com fotografias do globo terrestre,
batidas pelas câmaras instaladas para esse fim em vários satélites, mostrou que os modelos dos
mapas de Piri Reis devem ter sido fotografias tomadas a grande distância no espaço. Como se
poderá explicar isto?
Uma astronave paira bem alto sobre a cidade do Cairo e aponta objetivas fotográficas
perpendicularmente para baixo. A chapa que for batida dará uma fotografia com as seguintes
características: toda a área ao redor do Cairo estará reproduzida corretamente, num raio de 8.000
quilômetros, porque se encontrava diretamente sob a objetiva; mas tudo se apresentará deformado,
e cada vez mais destorcido, quanto aos outros lugares e regiões, à medida em que movermos os
olhos para mais longe do centro da fotografia.
Qual a razão desse fato?
Devido à forma esférica da Terra, as áreas distantes do centro da fotografia parecem "afundar-se"
no espaço. A América do Sul, por exemplo, se apresenta estranhamente deformada no sentido
longitudinal, exatamente como acontece nos mapas de Piri Reis! E exatamente como acontece nas
fotografias tomadas de bordo de satélites exploratórios americanos.
Há uma ou duas afirmativas que podem ser feitas sem maior discussão. É fora de dúvida que nossos
antepassados não desenharam aqueles mapas. Por outro lado, é evidente que foram desenhados
com o auxilio da mais moderna aparelhagem técnica, posta em ação acima da estratosfera.
Como iremos explicar tudo isso? Devemos satisfazer nos com a lenda de que os mapas foram
presenteados a algum sumo sacerdote por um "deus" qualquer? Devemos esquecer o caso, ou
considerá-lo "milagre", somente porque não se enquadra em nosso mundo de idéias? Ou devemos
corajosamente mexer nesse ninho de vespas e admitir que aquela cartografia de nosso globo foi
feita de um veículo aéreo planando a elevadíssima altitude, ou de uma nave espacial?
É pacifica a opinião de que os mapas do almirante turco não constituem os originais do trabalho
cartográfico: são apenas cópias de cópias de outras cópias. Entretanto, ainda que os mapas achados
datassem originalmente da época em que foram descobertos, os estranhos fatos apontados acima
continuariam, da mesma forma, absolutamente inexplicáveis. Quem quer que os tenha feito deve
ter sido capaz de voar muito alto e de tirar excelentes fotografias!
Não muito longe do mar, nos contrafortes andinos do Peru, jazem os restos da antiquíssima cidade
de Nazca. O Vale do Talpa se estende por uma faixa de terra plana, com cerca de 60 quilômetros de
comprimento por quase 2 de largura, que é semeada de fragmentos rochosos de colorido
ferrugíneo. Os nativos dão a essa região o nome de "pampa", embora inexista ali qualquer espécie
de vegetação. Quem voa sobre a área pode ver imensas linhas, traçadas geometricamente no solo.
Umas correm paralelas entre si; outras se cruzam, ou são rodeadas por grandes áreas
trapeziformes.
Dizem arqueólogos que se trata de estradas dos incas. Uma idéia absurda! Que uso poderiam ter,
para os incas, estradas que seguem paralelas, ou se entrecruzam repetidamente? Que correm numa
determinada planície, mas terminam abruptamente, em ambas as direções?
Naturalmente, aí se encontram também cerâmicas e produtos de olaria. Mas, ligar à cultura de
Nazca, somente por essa razão, aquelas linhas geometricamente coordenadas, é querer simplificar
demais as coisas.
Nenhuma escavação séria foi efetuada nesse sítio até 1952. Ainda não se estabeleceu uma cronologia
para todos os restos ali encontrados. Só recentemente foram medidas as linhas e figuras
geométricas. Os resultados sugerem a hipótese de que todo o traçado obedece a planos
astronômicos. O Professor Alden Mason, especialista em antigüidades peruanas, suspeita que são
símbolos de uma espécie de religião ou, talvez, um calendário. Vista do ar, a faixa de 60 quilômetros
de extensão da planície de Nazca deu, pelo menos a mim, a claríssima impressão de um vasto
campo de pouso.
Será esta idéia por demais avançada?
A pesquisa (igual a conhecimento) só se torna possível quando o elemento a ser investigado já tiver
sido encontrado! Quando se consegue encontrá-lo, trata se logo de o aparar e polir até que se
transforme numa peça que se ajuste - muito miraculosamente - no mosaico a ser completado. A
Arqueologia clássica não admite que os povos pré incaicos possam ter dominado uma técnica perfeita de levantamento. E, para aquela ciência, a teoria de que poderiam ter existido veículos
aéreos na Antigüidade é pura tolice.
Nesse caso, que finalidade tinham as linhas de Nazca?
A meu ver, poderiam ter sido transferidas para aquela escala descomunal a partir de um pequeno
modelo e usando se um sistema de coordenadas. Ou poderiam ter sido feitas de acordo com
instruções elaboradas e transmitidas por alguém que estivesse numa aeronave. Ainda não é possível
afirmar que a planície de Nazca tenha sido um campo de pouso em qualquer época. Se aí se usou
ferro, dele já nada restará. Mas, se a maioria dos metais se corrói em poucos anos, o mesmo não
acontece com o solo rochoso. Que há de errado em lembrar a possibilidade de que as linhas tenham
sido traçadas para dizer aos "deuses": "Pousai aqui! Tudo foi preparado como vós ordenastes"?
Os construtores das figuras geométricas talvez não tivessem a menor idéia do que estavam fazendo.
Mas talvez soubessem, perfeitamente bem, do que precisavam os "deuses" para aterrissar.
Enormes desenhos, claramente dispostos como sinais a serem vistos por um ser voando a grande
altura, foram encontrados nas encostas alcantiladas de montanhas, em muitos pontos do Peru. Que
outra finalidade poderiam ter tido esses sinais?
Um dos mais singulares desses desenhos foi entalhado no alto paredão vermelho de um penhasco à
margem da Baia de Tisco. Quem chega por mar, pode divisar a 20 quilômetros de distância aquela
figura de 250 metros de altura. Num jogo de adivinhações, a sugestão mais pronta seria a de que o
entalhador ali gravou um imenso tridente, ou um colossal candelabro de três braços. E uma
comprida corda foi encontrada na coluna central desse sinal de pedra. Teria ela servido de pêndulo
no passado?
Para sermos honestos, devemos confessar que estamos tateando na escuridão para explicar essas
coisas. Elas não podem ser apropriadamente inseridas nos dogmas que conhecemos. Isso, porém,
não quer dizer que os acadêmicos terão grande dificuldade em tratar devidamente o assunto, até
que se encaixe no mosaico do pensamento arqueológico atualmente em voga.
Mas, que terá levado os primitivos habitantes de Nazca a escavarem aquelas linhas, a delimitarem
aquelas pistas de pouso, ao longo da planície? Que loucura os teria impelido a entalhar sinais de
250 metros em altos e empinados rochedos vermelhos ao sul de Lima?
Essas empreitadas teriam levado decênios para ser ultimadas, sem o uso de maquinaria e acessórios
só hoje disponíveis. E toda a tarefa teria sido despida de qualquer sentido se o resultado de tanto
esforço não tivesse a finalidade de assegurar um balizamento seguro e indestrutível para seres que
descessem de grande altura àquelas paragens. A mais provocante pergunta ainda está para ser
respondida: Por que teriam aqueles povos tão grande trabalho se não soubessem que seres
voadores realmente existiam? A identificação de achados já não é problema a ser resolvido apenas
pela Arqueologia. Um grupo de cientistas, representando os diferentes campos de pesquisa
especializada, certamente poderia levar nos mais perto da solução desses enigmas. Debates e troca
de opiniões fariam surgir pontos de vista elucidantes. O perigo de uma pesquisa, desse tipo, não
chegar a conclusões definitivas reside no fato de que os cientistas não levam a sério a proposição de
tais indagações, e, pior que isso, as ridicularizam. Viajantes espaciais nas brumas do remoto
passado? Isso é tema inadmissível para cientistas das academias. E quem faz perguntas nesse
terreno deveria consultar um psiquiatra.
Mas as perguntas estão aí. E, graças aos céus, perguntas que têm a impertinente qualidade de
permanecer no ar até que sejam respondidas. E há muitas perguntas "inadmissíveis" como
aquelas. Por exemplo: Que diria alguém diante de um calendário (pré histórico) que desse os equinócios, as estações do ano, as posições da Lua em cada hora, mesmo levando em conta a
rotação da Terra?
Esta pergunta não é hipotética. Tal calendário existe. Foi encontrado na lama seca de Tiahuanaco.
É um achado desconcertante. Põe em relevo fatos irrefutáveis, e prova - se nossas convicções
admitem tal prova - que os elaboradores desse calendário tinham nível de cultura superior ao
nosso.
Outra descoberta fantástica foi a do Grande ídolo. Este monólito de arenito vermelho tem mais de 7
metros e pesa umas 20 toneladas. Foi achado no "Velho Templo". Coloca-nos, novamente, diante
de uma contradição: a qualidade e precisão de centenares de símbolos gravados por todo o ídolo
não se ajustam à técnica primitiva que presidiu à construção do edifício em que ele foi alojado. De
fato, o edifício é conhecido como "Velho Templo" exatamente em razão do primitivismo que
caracteriza a técnica com que foi construído.
H. S. Bellamy e P. Allan, em seu livro "O Grande ídolo e Tiahuanaco", deram razoável
interpretação aos mencionados símbolos, que julgam ser o registro de um enorme conjunto de
conhecimentos astronômicos, baseados, aliás, no conceito de que a Terra é um esferóide. Concluem,
ainda, que o registro se encaixa perfeitamente na "Teoria dos satélites", de Hoerbiger, publicada
em 1927, portanto, 5 anos antes de se descobrir o ídolo. Essa teoria sustenta que a Terra capturou
um satélite. A medida em que ia sendo atraído para mais perto, sua influência diminuía a
velocidade de revolução da Terra. Afinal, o satélite desintegrou Se e foi substituído pela Lua.
Os símbolos existentes no ídolo registram exatamente os fenômenos astronômicos que teriam
ocorrido se, na ocasião do acontecimento configurado pela hipótese, o satélite estivesse dando 425
voltas ao redor da Terra durante um ano de 288 dias. Aqueles autores sentiram se forçados a
admitir que aquela documentação epigráfica retrata o estado do céu, a nosso redor, há 27.000 anos
passados. E dizem textualmente: "Em geral, as inscrições do ídolo dão nos a impressão de que
foram feitas também como um documento para as gerações futuras".
Aqui, evidentemente, está um caso de grande antigüidade que exige melhor explicação que a de
"um deus primevo". Se essa interpretação dos símbolos pode ser confirmada, devemos indagar se
todo aquele conhecimento sobre os astros foi desenvolvido por gente que ainda tinha muito que
aprender no campo da arquitetura, ou se aquela ciência astronômica procedeu de fontes extra
terrenas. Em qualquer dos casos, a existência e registro de conhecimentos tão avançados como OS
que se demonstram no ídolo e no calendário são fatos que realmente nos deixam aturdidos.
A cidade de Tiahuanaco está cheia de segredos. Situa se a mais de 4.000 metros de altitude e dista
muitos quilômetros de qualquer outra coisa digna de menção. Partindo de Cuzco (Peru), atinge Se
a cidade e os locais de escavação após uma viagem de vários dias, por ferrovia e barco. O
panorama, que se observa no planalto, parece de outro planeta. Qualquer esforço físico é uma
tortura para quem não é dali. A pressão atmosférica é cerca de metade da verificada ao nível do
mar, de sorte que o oxigênio disponível é correspondentemente mais escasso. Entretanto, uma
cidade imensa floresceu nesse planalto.
Não há tradições autênticas sobre Tiahuanaco. Talvez devêssemos alegrar nos pelo fato de que,
neste caso, não é possível encontrar respostas aceitáveis usando as muletas da velha sabedoria
ortodoxa. Sobre as ruínas, que São incrivelmente antigas (quanto o sejam, exatamente, é coisa que
ainda não se sabe), pairam as névoas do passado, o desconhecimento e o mistério total.
Blocos de arenito com o peso de 100 toneladas são encimados por outros blocos, de 60 toneladas.
Superfícies lisas com canaletes exatíssimos ligam se a gigantescas pedras de cantaria, seguras entre
si por grampos de cobre - curiosidade essa que nunca se havia encontrado antes em parte alguma
da Antigüidade. E todos os trabalhos de pedra estão executados com extremo capricho. Em blocos, que pesam 10 toneladas, encontram se furos de 2,5 metros de comprimento, cuja finalidade até
agora não foi possível explicar. Nem as lajes desgastadas, de tão palmilhadas, com 5 metros de
comprimento, e talhadas de uma só pedra, contribuem para a decifração da charada oculta por
Tiahuanaco. Desordenadamente, espalhados no solo, quais brinquedos, provavelmente por uma
catástrofe de proporções inimagináveis, encontram se condutores de água feitos de pedra, com 2
metros de comprimento, 0,5 metro de largura e de altura aproximadamente igual. Esses achados
surpreendem pelo seu acabamento exato. Será que nossos antepassados de Tiahuanaco não tinham
coisa melhor a fazer do que lapidar - sem ferramentas - durante anos, condutores de água com
precisão tal que nossos modernos produtos de cimento armado nem de longe conseguem imitar?
Em um pátio, hoje restaurado, existe uma grande quantidade de cabeças de pedra que - observadas
com atenção - representam uma reunião das raças mais desencontradas: rostos de lábios finos ou
grossos, de narizes afilados ou curvos, de orelhas delicadas ou grosseiras, de traços suaves ou
angulosos. Sim, e algumas cabeças portam estranhos capacetes. Quererão todos esses vultos
estranhos e exóticos trazer nos uma mensagem, que nós - inibidos por obstinação e preconceito -
não podemos ou não queremos entender?
Uma das grandes maravilhas arqueológicas da América do Sul é a monolítica Porta do Sol, de
Tiahuanaco: escultura gigantesca, talhada de um único bloco, que mede 8 metros de altura e quase
5 de largura. O peso dessa obra de entalhador de pedra é calcula do em mais de 10 toneladas. Em
três fileiras, 48 figuras quadradas flanqueiam um ser que representa um deus em vôo.
O que diz a lenda sobre a cidade misteriosa de Tiahuanaco?
Ela menciona uma espaçonave dourada, procedente das estrelas; nela veio uma mulher Orjana era
seu nome para cumprir a missão de tornar se mãe primeva da Terra. Orjana, que possuía 4 dedos
apenas, ligados entre si por nadadeiras, deu à luz 70 filhos terrestres, regressando em seguida às
estrelas.
De fato, encontramos em Tiahuanaco desenhos em rochas que mostram seres de 4 dedos. A idade
de tais desenhos não pode ser fixada. Nenhum ser humano de qualquer período cronológico,
conhecido nosso, viu Tiahuanaco a não ser em ruínas.
Qual o segredo que nos oculta essa cidade? Qual a mensagem de outros mundos que no planalto
boliviano espera sua decifração? Não há explicação plausível nem sobre a origem, nem sobre o fim
dessa cultura. Isso, naturalmente, não impede que alguns arqueólogos temerários e seguros de si
afirmem ter o conjunto de ruínas a idade de 8.000 anos. Deduzem eles essa idade de algumas
ridículas figurinhas de barro que, de modo algum, têm algo em comum com a época dos monólitos.
É uma atitude comodista. Colam se alguns cacos velhos, anda se à procura de algumas culturas
situadas nas vizinhanças, coloca se uma etiqueta sobre o achado restaurado - e abracadabra: -
novamente tudo se enquadra às mil maravilhas no sistema de pensamento tradicional. Esse método,
por certo, é imensamente mais simples do que arriscar se à idéia de uma técnica embaraçante ou
até à de cosmonautas na mais recuada antigüidade. Pois isso complicaria as coisas
desnecessariamente.
Não nos esqueçamos de Sacsayhuaman: não me refiro aqui às fantásticas instalações de fortificação
dos incas, situadas poucos metros acima da atual Cuzco - nem aos blocos monolíticos de mais de
100 toneladas de peso - nem aos terraços murados de 500 metros de comprimento e 18 de altura,
diante dos quais estaca hoje o turista e tira uma foto de lembrança. Estou falando da
Sacsayhuaman desconhecida, situada à distância de um escasso quilômetro apenas da conhecida
fortificação incaica.
Nossa imaginação não basta para conceber que recursos técnicos nossos antepassados terão usado
para extrair da pedreira um bloco monolítico de rocha com mais de 100 toneladas de peso, bem como para transportá-lo, a fim de o lavrar em local tão distante. Mas nossa imaginação,
consideravelmente saturada pelas conquistas técnicas do presente, é posta realmente em estado de
choque, se não nos encontramos diante de um bloco de aproximadamente 20.000 toneladas. Quem
volta dos fortes de Sacsayhuaman encontra, a poucas centenas de metros de distância, no declive da
montanha, e dentro de uma cratera, esse imenso colosso: um bloco de pedra único, do tamanho de
uma casa de 4 andares. É lavrado, sem falhas, segundo o melhor estilo profissional. Inclui degraus,
bem como rampas e é ornamentado de espirais e orifícios. É fora de dúvida que a lavragem desse
incrível bloco de pedra não constituiu puro "hobby" de horas vagas dos incas, mas que, ao
contrário, deve ter servido a um fim - hoje ainda não explicável. E para que a solução do enigma
não seja fácil demais, todo esse bloco gigantesco ainda se encontra de cabeça para baixo: os
degraus, portanto, partem do teto, vindo de cima para baixo; os orifícios, como se fossem marcas de
granadas, apontam várias direções; estranhas depressões, com a forma de poltrona, parecem
flutuar no espaço. Quem pode imaginar que mãos humanas, e inteligência humana, extraíram,
transportaram e lavraram esse bloco? E que força o derrubou?
Quais as forças titânicas que aqui estiveram em jogo? E para que finalidade?
Ainda repletos de estupefação ante esse monstro de pedra, encontramos, a menos de 800 metros de
distância, vitrificações de rocha que, a rigor, somente deveriam ser possíveis pela fusão de pedras
sob as mais elevadas temperaturas. Ao viajante estupefato dá se, in silu, a lapidar explicação de
haverem as pedras sido polidas pelas massas glaciais em degelo. Uma explicação absurda! Uma
geleira, como qualquer massa flutuante, logicamente fluiria para um determinado lado. Essa
característica da matéria, não importando em que época se tenham formado as vitrificações,
dificilmente se teria alterado. De qualquer maneira, não é de se presumir que a geleira tenha
deslizado por uma superfície de uns 15.000 metros quadrados, em seis direções diferentes!
Sacsayhuaman e Tiahuanaco encerram uma abundância de segredos pré históricos, para os quais
se oferecem explicações baratas, superficiais, não, porém, convincentes. Aliás, também se
encontram vitrificações de areia no deserto de Gobi e nas proximidades de antigos locais de
achados iraquianos. Quem saberá uma resposta à pergunta por que essas vitrificações de areia se
assemelham àquelas que se formaram durante as explosões atômicas no deserto de Nevada?
Faz se algo de decisivo para que os enigmas pré históricos recebam uma solução convincente? Em
Tiahuanaco vêem se avantajadas elevações artificiais cujos cimos, absolutamente planos, se
estendem por uma área de 4.000 metros quadrados. É muito provável que debaixo delas existam
edifícios soterrados. Até agora não foi feita vala alguma através dessa cadeia de colinas, nenhuma
enxada procurou cavar até a solução do enigma. Evidentemente, há pouco dinheiro para isso. Mas
o viajante, não raro, vê soldados e oficiais, que, obviamente, nada de útil têm para fazer. Seria
absurdo mandar um grupo de soldados fazer escavações sob orientação de peritos?
Para quantas outras coisas há dinheiro de sobra neste mundo! A pesquisa para o futuro é de
suprema importância. Enquanto nosso passado não houver sido descoberto, uma coluna na
contabilidade do futuro permanece em branco: não poderá o passado revelar nos soluções técnicas
que não precisarão ser inventadas agora, porque já o haviam sido na pré história?
Se o anseio de descobrir nosso passado não bastar como alavanca propulsora dc pesquisas
modernas intensivas, a régua de cálculo possivelmente poderá entrar em ação corroborante. Até
agora, em todo caso, nenhum cientista foi convidado a proceder, mediante os mais modernos
instrumentos de trabalho, a pesquisas de radiação em Tiahuanaco ou Sacsayhuaman, no deserto de
Gobi, ou nas lendárias Sodoma e Gomorra. Textos cuneiformes e plaquetas de Ur, os livros mais
antigos da humanidade, relatam, sem exceção, que "deuses" viajavam de barco nos céus; que
"deuses" vinham das estrelas, possuíam armas terríveis e voltavam para as estrelas. Por que não
procuramos esses "deuses" antigos? Nossa radioastronomia emite sinais para o Cosmo e tenta
receber sinais de seres inteligentes extraterrestres. Mas por que não procuramos, antes ou simultaneamente, vestígios de seres inteligentes extraterrenos, em nossa própria Terra, situada bem
mais perto? Pois não nos movemos cegamente, no interior de um recinto escuro - os vestígios estão
aí, inequivocamente, para todos quantos queiram vê-los
Os sumérios começaram, 2.800 anos antes da nossa era, a registrar o passado glorioso de seu povo.
Ainda hoje não sabemos de onde proveio esse povo. Mas sabemos que os sumérios trouxeram
consigo uma cultura superior, plenamente desenvolvida, que impunham aos semitas, em parte
ainda bárbaros. Também sabemos que sempre procuravam seus deuses sobre cumes de montanhas
e que - quando nas regiões por eles habitadas não havia elevações - faziam aterros nas planícies,
formando morros artificiais. Sua astronomia era incrivelmente avançada: seus observatórios
obtinham cálculos do ciclo lunar que diferiam de 0,4 segundos apenas dos cálculos atuais. Além da
fantástica epopéia de Gilgamés, sobre a qual ainda falaremos mais tarde, legaram nos algo
certamente sensacional: na colina de Kuyundjick (a antiga Nínive), foi encontrado um cálculo, cujo
resultado final, em nossa numeração, corresponde a 195.955.200.000.000. Um número de quinze
casas! Nossos citadíssimos e intensamente pesquisados ancestrais de cultura ocidental, os velhos e
inteligentes gregos, no período do auge do brilho de seu saber, não subiram acima do número
l0.000. O que passava dali, designava se simplesmente como "infinito".
Os antigos escritos cuneiformes atribuem aos sumérios uma duração de vida simplesmente
fantástica. Assim, os dez primeiros reis governaram, em total, 456.000 anos e os vinte e três reis
que, depois do dilúvio, tiveram aborrecimentos com a reconstrução geral ainda conseguiram
alcançar um período governamental de 24.510 anos, 3 meses e 3 dias e meio.
São períodos de vida completamente incompreensíveis para nosso saber, embora os nomes dos
muitos potentados se encontrem eternizados nitidamente em longas listas gravadas sobre tijolos e
moedas.
Que aconteceria se também aqui ousássemos tirar os antolhos e olhar as coisas de antanho com
olhos novos, olhos de hoje?
Suponhamos que, na verdade, astronautas de outros mundos tivessem visitado a região de Súmer
há milhares de anos. Presumamos que tivessem estabelecido os fundamentos da civilização e da
cultura dos sumérios para, após essa ajuda à evolução local, retornarem a seu planeta.
Conjeturemos que a curiosidade os tivesse impelido a voltar, cada 100 anos terrestres, aos locais de
seu trabalho pioneiro, para verificar os resultados de sua sementeira. Segundo as escalas da
expectativa de vida atual, os astronautas poderiam ter sobrevivido facilmente 500 anos terrestres.
Não? A teoria da relatividade prova que os astronautas, durante o vôo numa astronave que se
movesse pouco abaixo da velocidade da luz, só teriam envelhecido pouco mais de 40 anos durante
as viagens de ida e volta. Os sumérios, ainda incultos, teriam construído, através de séculos, torres,
pirâmides e casas com todo o conforto para seus "deuses" e lhes teriam oferecido sacrifícios
enquanto aguardavam seu regresso. E cem anos depois, de fato regressavam. "E depois veio o
dilúvio e após o dilúvio a realeza tornou a descer mais uma vez do céu..." reza um escrito
cuneiforme sumério.
Como imaginavam e representavam os sumérios seus poderosos "deuses"? A mitologia sumeriana e
algumas plaquetas e quadros acádicos disso nos informam. Os "deuses" sumerianos não tinham
forma humana, e o símbolo de cada um dos deuses era invariavelmente ligado a uma estrela. Em
quadros acádicos, as estrelas estão reproduzidas assim como nós as desenharíamos hoje. O
singular, porém, é que essas estrelas são rodeadas de planeta de diversos tamanhos. De onde sabiam
os sumérios, a quem faltava nossa técnica de observação astronômica, que uma estrela fixa possui
planetas? Existem esboços em que pessoas usam estrelas na cabeça, outras que cavalgam bolas com
asas. Há uma representação que, à primeira vista, dá a impressão de um modelo de átomo: um
círculo de globos dispostos a pequena distância, uns dos outros, e alternadamente irradiantes. Nenhum abismo é tão assustador, nenhum céu tão cheio de milagres, como o legado dos sumérios é
repleto de problemas, enigmas e misténos, quando observado com "olhos de espaço cósmico".
Aqui estão apenas algumas das muitas curiosidades da mesma área geográfica:
Em Geoy Tepe, desenhos de espiraiuma raridade há 6.000 anos.A lista é passível de ser profusamente complementada e continuada e cada fato consolidaria cada
Em Gar Kobeh, uma indústria de pederneiras, à qual se atribuem 40.000 anos de
idade.
Em Baradostian, achados idênticos, com a idade provável de 30.000 anos.
Em Tepe Asiab, figuras, túmulos e instrumentos de pedra com data anterior a 13.000
anos passados.
No mesmo local, foram encontrados excrementos petrificados que, possivelmente, não
são de origem humana.
Em Karim Schair encontraram se buris e outras ferramentas. Em Barda Balka,
foram desenterradas ferramentas e armas de pederneira.
Na caverna de Schandiar encontraram se esqueletos de homens adultos e de uma
criança, que datam de cerca de 45.000 anos antes da nossa era, conforme avaliação
realizada pelo processo do C-14.
vez mais a constatação de que no espaço geográfico de Súmer, há cerca de 40.000 anos, vivia um
aglomerado de seres humanos primitivos. De repente, por motivos até agora impossíveis de
imaginar, lá estavam os sumérios, com sua astronomia, sua cultura e sua técnica.
As conclusões a serem tiradas da presença de visitantes espaciais na Terra em períodos pré
históricos, têm de ser ainda completamente especulativas. Pode se imaginar que alguns "deuses"
chegaram e reuniram a seu redor os semi selvagens na planície de Súmer e lhes transmitiram parte
de seus conhecimentos. As figurinhas e estátuas que hoje nos olham das vitrinas de museus,
mostram uma mistura de raças: olhos esbugalhados, frontes curvadas, lábios estreitos e geralmente
narizes retos e compridos. Quadro esse que combina mal, muito mal mesmo, com nosso sistema
esquemático de pensar e com nossos conceitos sobre os povos primitivos.
Visitantes do espaço cósmico na remota Antigüidade?
No Líbano existem fragmentos de rocha vítrea, chamados tectites, nos quais o
americano Dr. Stair descobriu isótopos radioativos de alumínio.
No Iraque e no Egito foram encontradas lentes lapidadas de cristal, que hoje só
podem ser manufaturadas mediante a aplicação de óxido de césio, produto que só
pode ser obtido por processos eletroquímicos.
Em Heluá existe um pedaço de pano tecido com uma delicadeza e suavidade que hoje
só poderiam ser reproduzidas numa fábrica especializada, por tecelões de grandes
conhecimentos e notável experiência técnica.
No museu de Bagdá estão expostas pilhas elétricas secas, que trabalham segundo o
princípio galvânico. No mesmo local podem ser admirados elementos elétricos com elétrodos de cobre e
um eletrólito desconhecido.
A Universidade de Londres possui, em seu departamento egípcio, um osso pre-
histórico, amputado com mestria 10 centímetros acima da articulação da mão direita,
em corte liso de 90 graus.
Nas montanhas da região asiática de Kohistan existe um desenho, em certa caverna,
que reproduz as posições exatas dos corpos celestes, como de fato as ocupavam há
10.000 anos.
Os planetas Vênus e Terra estão unidos por linhas.
No planalto do Peru foram encontrados ornamentos fundidos em platina.
Num túmulo em Chou Chou (China) encontraram se partes de um cinto feitas de
alumínio.
Em Délhi existe um velho pilar de ferro, que não contém fósforo, nem enxofre e, por
isso, não pode ser destruído por influências meteorológicas.
Esta abundância de "coisas impossíveis", afinal, nos deveria deixar ao menos curiosos e inquietos.
Mediante quais recursos e qual intuição seres primitivos, habitantes de cavernas, chegam a
desenhar os astros em suas posições exatas? De que oficina de precisão se originam as lentes de
cristal lapidado? Como conseguiam fundir e modelar ornamentos de platina, uma vez que esta só
começa a fundir se a uma temperatura de 1.800 graus? E como obtinham alumínio, metal que só
com dificuldades consideráveis pode ser extraído da bauxita?
Perguntas embaraçosas, admitimo-lo, mas acaso não é preciso que as formulemos? Como não
estamos preparados a aceitar, ou admitir, que antes da nossa cultura tenha havido outra mais
elevada - ou um nível técnico semelhante ao nosso na pré história - só resta mesmo a hipótese de
visitas do espaço cósmico. Enquanto a Arqueologia for conduzida como até agora, nunca,
provavelmente, teremos uma oportunidade de saber se a nossa Antigüidade era de fato atrasada ou,
talvez, até muito esclarecida.
Está sendo necessário programar se "um ano arqueológico do fantástico", em que arqueólogos,
físicos, químicos, geólogos, metalurgistas e especialistas de todos os ramos ligados a essas ciências se
dediquem a soluções de um único problema: receberam nossos antepassados visitas do espaço
cósmico?
Por exemplo, um metalurgista poderá explicar concludente e rapidamente a um arqueólogo quão
complicado é obter se alumínio. Não é imaginável que um físico reconheça uma fórmula, à primeira
vista, num desenho sobre rocha? Um químico, com seus instrumentos altamente desenvolvidos,
talvez possa confirmar a suspeita de que obeliscos tivessem sido extraídos da pedreira por meio de
cunhas de madeira embebidas em água, ou graças ao emprego de ácidos desconhecidos. O geólogo
deve nos toda uma série de respostas a perguntas sobre o que há com relação a determinados
depósitos da era glacial. À mesma equipe deverá naturalmente juntar se uma turma de
escafandristas, que procure no Mar Morto vestígios radioativos de uma eventual explosão atômica
sobre Sodoma e Gomorra.
Por que as bibliotecas mais antigas do mundo são bibliotecas secretas? De que, afinal, se tem medo?
É a preocupação de que a verdade, protegida e oculta durante muitos milênios, venha à luz? A pesquisa e o progresso não são passíveis de serem detidos. Durante 4.000 anos, os egípcios
consideraram seus "deuses" como seres reais. Nós, ainda na Idade Média, matávamos "bruxas",
tão ardente era nosso zelo pela manutenção dos conceitos então vigentes. A crença dos gregos
antigos quanto à possibilidade de prever o futuro, com base no exame das entranhas de um ganso,
hoje em dia é tio superada como a convicção dos ultraconservadores de que o nacionalismo ainda
tenha qualquer importância.
Temos a corrigir mil e um erros do passado. A confiança em nós mesmos, que vivemos fingindo, é
inteiramente vi, e representa apenas uma forma aguda de obstinação. Continua reinando nos
congressos de cientistas ortodoxos a ilusão de que uma coisa deve ser comprovada antes que uma
pessoa séria" deva ou possa ocupar se dela.
Antigamente, aquele que exprimisse um pensamento novo, ainda não pensado, deveria contar com
proscrições e perseguições. Aparentemente tudo se tornou mais fácil. Já não há anátemas, nem
mais se acendem fogueiras. Entretanto, os métodos da nossa época, embora menos espetaculares,
nem por isso deixam de ser inibidores do progresso. O sistema é menos ruidoso e muito mais
elegante. Mediante "killer-phrases", como dizem os americanos, as hipóteses e as idéias
insuportavelmente audaciosas são silencia das ou rejeitadas. Muitas são as possibilidades:
É contra o regulamento! (Que é sempre bom!)
É muito pouco clássico! (Fato que impressiona!)
É demasiado radical! (Sem paralelo em seu efeito repelente!)
As Universidades não ensinam isto! (Convincente!)
Outros também já o tentaram! (Sem dúvida! Mas com que êxito?)
Não podemos ver sentido nisso! (Por isso mesmo!)
É contrário à religião! (O que se pode dizer a isso?)
Tal coisa ainda não foi provada! (Quod erat demonstrandum!)
"O bom senso", exclamou há quinhentos anos um cientista no tribunal, "deve dizer nos que a Terra
não pode ser um globo, pois se assim fosse, os homens situados na metade inferior se precipita. riam
ao abismo!"
"Em parte alguma da Bíblia se afirma", disse outro, "que a Terra gira ao redor do Sol. Portanto,
uma afirmação nesse sentido é obra do diabo!"
Parece que a parvoíce sempre foi reação característica especial nas épocas em que surgiram novos
mundos de idéias. Mas, no limiar do século XXI, o pesquisador deveria estar preparado para
enfrentar realidades fantásticas. Deveria estar ávido de proceder a uma revisão das leis e dos
conhecimentos que durante milênios foram tidos como tabus, mas que estão postos em xeque por
novos conhecimentos. Ainda que um exército reacionário de detentores do Prêmio Nobel esteja
tentando opor barreiras a essa nova avalancha espiritual, será preciso, em nome da verdade e da
realidade, conquistar um mundo novo contra todos aqueles que não querem aprender. Quem, há
vinte anos, falasse a respeito de satélites artificiais em círculos científicos, cometia uma espécie de
suicídio acadêmico. Hoje, corpos celestes artificiais, isto é, satélites, circulam em órbita ao redor do
Sol, fotografaram Marte, tendo descido suavemente na Lua e em Vênus, a fim de irradiar para a
Terra, mediante suas câmaras fotográficas (de turistas), fotos de primeira classe, da exótica
paisagem. Quando, na primavera de 1965, foram irradiadas à Terra as primeiras de tais fotografias de Marte, ocorreu isso com uma intensidade de 0,000.000.000.000.000.0l watts, quantidade de
energia de uma debilidade quase inimaginável.
Entretanto, NADA mais é inimaginável. A palavra "impossível" deveria ter se tornado literalmente
impossível ao pesquisador moderno.
Permaneçamos, pois, insistentemente com nossa hipótese segundo a qual, há ignotos milhares de
anos, astronautas vindos de planetas estranhos realmente visitaram a Terra. Sabemos que nossos
inocentes e primitivos antepassados nada podiam perceber da técnica superior dos astronautas.
Veneravam nos como "deuses", que vinham de outras estrelas, e os astronautas não tinham outra
alternativa senão a de admitir que se manifestasse tal veneração - homenagem, aliás, para a qual
nossos próximos astronautas deverão, de fato, estar preparados espiritualmente, quando visitarem
outros planetas.
Em algumas partes da Terra, ainda hoje vivem seres primitivos para os quais a metralhadora é
uma arma diabólica. Para eles, um avião a jato será, talvez, um veículo de anjos. Não escutarão
eles, através do rádio, a voz de um "deus"? Mesmo esses últimos primitivos legam em suas lendas
as gerações sucessivas, ingênua e inocentemente, as impressões das conquistas técnicas que nos
parecem naturais. Continuam riscando suas figuras de "deuses" e suas naves maravilhosas vindas
do céu, em paredões de rochas e cavernas. De fato, os selvagens, dessarte, nos conservaram o que
hoje procuramos.
Desenhos de cavernas em Kohistan, na França, na América do Norte e Rodésia do Sul, no Saara, no
Peru, ou no Chile, estão situados na linha da nossa hipótese. Henri Lhote, pesquisador francês,
descobriu em Tassili (Saara) algumas centenas (!) de paredes pintadas com muitos milhares de
representações de animais e homens, entre elas, figuras com elegantes roupagens curtas; trazem
bastões sustentando caixas retangulares indefiníveis. Ao lado de pinturas de animais, surpreendem
nos seres revestidos com uma espécie de traje de escafandrista. O Grande Deus Marte - assim Lhote
batizou um desenho gigantesco - tinha originalmente 6 metros de altura; o "selvagem", no entanto,
que nos legou esse desenho, não poderá ter sido tão primitivo como nós desejaríamos, para que
tudo se enquadrasse limpamente no velho sistema do pensamento. Pois, de qualquer maneira, o
"selvagem" necessitava, obviamente, de um andaime de trabalho, para poder desenhar na devida
proporção, pois não ocorreram deslocamentos de nível durante os últimos milênios nessas cavernas.
A nós, sem fazermos exigências extremas à imaginação, quer nos parecer que o grande deus
marciano foi representado numa roupa espacial ou de escafandrista. Sobre seus imponentes e fortes
ombros, descansa um capacete, que se acha ligado ao tronco por uma espécie de articulação. Nos
pontos que correspondem à boca e ao nariz, o capacete apresenta apropriadas fendas. De bom
grado acreditar se ia num acaso ou até na imaginação criativa do "artista" pré histórico, se essa
representação fosse única, mas em Tassili encontraram-se várias dessas figuras desajeitadas,
identicamente equipadas. Também nos Estados Unidos (Tulare, região da Califórnia), quadros
muito parecidos foram encontrados nos paredões de rochas.
Desejando considerar as coisas com generosidade, também estamos prontos a admitir que os
primitivos não eram suficientemente hábeis e retratavam as figuras de maneira um tanto grosseira.
Por que, porém, esses mesmos primitivos habitantes de cavernas foram capazes de retratar com
perfeição o gado e as criaturas humanas normais? Por isso nos parece mais sensato admitir que os
"artistas" eram perfeitamente capazes de representar aquilo que de fato viam. Em Inyo County
(Califórnia), num desenho de caverna, claríssima figura geométrica - sem qualquer exagero de
imaginação - é identificável como uma régua de cálculo normal, em moldura dupla. A Arqueologia
opina, a respeito disso, que os desenhos são representações de deuses...
Sobre um recipiente de cerâmica, encontrado no Irã (Siyalk), apresenta se um animal de raça
desconhecida, como enormes chifres retíssimos sobre a cabeça. Por que não? Mas cada chifre
ostenta, à esquerda e à direita, cinco espirais. Se imaginarmos duas hastes com grandes isoladores
de porcelana, teremos a imagem mental aproximada desse desenho. Que diz a isso a Arqueologia?
Muito simplesmente que se trata do símbolo de um deus. Os deuses são de grande valia: explica se
muita coisa - e, especialmente, o inexplicável - apelando se para a inacessibilidade e a
sobrenaturalidade deles. Nesse mundo peculiar do indemonstrável, eles podem viver em paz.
Qualquer figurinha que seja encontrada, qualquer objeto que se restaurar, qualquer estatueta que
possa ser reconstituida, logo se liga a uma ou outra religião antiga. Se, no entanto, determinado
elemento não combina, nem mesmo à força, com qualquer das religiões conhecidas, então, por um
toque de mágica, cria se, instantaneamente um novo culto louco dos antepassados - assim como o
prestidigitador tira coelhos de uma cartola. Dessa forma, tudo fica novamente certo e assentado.
Mas, ponderemos: e se os afrescos em Tassili, nos Estados Unidos ou na França, realmente
reproduzem aquilo que os primitivos viram? Que se deve responder, se as espirais nas hastes
representam de fato antenas, assim como os antigos as viram nos "deuses" estranhos? Não é
possível que efetivamente existam coisas "que não deveriam existir"? Um "selvagem" que, de
qualquer maneira, possui a habilidade de produzir pinturas murais, afinal já não pode ser
considerado tão selvagem assim. O desenho mural da dama branca de Brandberg (África do Sul)
poderia ser uma pintura do século XX: usa um pulôver de manga curta, calças bem agarradas,
luvas, ligas e sandálias. A dama não está só: atrás dela, em pé, está um homem magro, com uma
estranha haste farpada na mão; na cabeça, traz um capacete muito complicado, com uma espécie
de viseira. Como pintura moderna, aceito sem objeção! O problema está em que se trata de um
desenho de caverna pré-histórica.
Todos os deuses representados em desenhos de cavernas, na Suécia e na Noruega, quase sempre se
apresentam com cabeças mal definidas. São cabeças de animais, dizem os arqueólogos. Quanto de
absurdo envolve a idéia de se venerar um "deus" que simultaneamente se mata e come!
Freqüentemente vêem se navios com asas e, muitas vezes, antenas típicas, inconfundíveis.
Em Val Camonica (Brescia, Itália), novamente aparecem vultos em roupas disformes os quais, para
nosso aborrecimento, também têm cornos na cabeça. Não podemos ir tão longe a ponto de afirmar
que os habitantes das cavernas italianas mantinham intenso programa de viagens até a América do
Norte ou a Suécia, ou entre o Saara e a Espanha (Ciudad Real), a fim de transmitir seus talentosos
processos artísticos. Fica, pois, no ar, a pergunta desagradável: por que os primitivos,
independentemente uns dos outros, criaram vultos em roupas desajeitadas, com antenas sobre as
cabeças?...
Nenhuma palavra se deveria desperdiçar sobre essas curiosidades não esclarecidas, se elas
existissem numa só localidade do mundo. Mas são encontradas quase em toda parte!
Assim que contemplarmos o passado com visão própria de nossos dias e preenchermos certas
lacunas com recursos imaginativos da nossa era técnica, os véus descidos sobre a pré história
começarão a levantar se. O estudo de antiquíssimos livros sagrados, no decorrer do próximo
capitulo, dará à minha hipótese uma verossimilhança tão grande que, por fim, os pesquisadores do
passado não poderão mais fugir às perguntas revolucionárias.
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